sábado, 15 de março de 2014

Nunca é tarde! Por Teresa Cristina Montes Cunha


Em uma das minhas maravilhosas aulas de telejornalismo na faculdade, tivemos oportunidade de assistir a um documentário feito por alunos sobre a alfabetização de adultos. Pessoas que não tiveram oportunidade de aprendizado quando crianças, depois de adultos, até idosos, resolvem voltar às salas de aula... O mais emocionante é ver depoimentos emocionados dessas pessoas por agora saberem o que está escrito pela cidade. “Antes éramos cegos mesmo enxergando...”
A coragem dessas pessoas em enfrentar o desconhecido mundo das letras, é um exemplo de que não devemos jamais desistir de nossos sonhos.
Mesmo com toda evolução tecnológica, as pessoas que mal  tinham na sua época e juventude um rádio para saberem as noticias e terem entretenimento, hoje estão nas salas de informática. Cada pequeno aprendizado é um novo mundo a explorar.
Minha tia, hoje já falecida, aprendeu a mexer no computador aos 80 anos de idade. Era com alegria que ela me dizia que agora falava com os filhos, que moravam em outras cidades no Brasil e até no exterior. Aprendeu a utilizar a câmera, o microfone e via e falava com seus filhos. Enfrentou sem problemas o novo mundo tecnológico.
Há dois anos resolvi enfrentar novamente as salas de aula. Voltar para a faculdade. Muitos me chamaram de louca, porque já tinha um curso superior e três especializações. Era hora de enfrentar um mestrado e não faculdade novamente. Mas o que motivou foi um sonho – ser jornalista.
E lá fui eu, com uma mochila, com caderno de matérias e bolsa com lápis, borracha e caneta... Na sala estavam uns 70 jovens. Carinhas novas entre 18 a 33 anos.  E aos poucos fui me enturmando com eles, alguns me chamavam de senhora, dona... Mas eu respondia: Está bem! Eu sei que sou velha, mas não precisa me chamar assim, somos colegas!
Estamos já  no quinto período, e são a total oito. Muitos já desistiram pelo caminho, por vários motivos. Metade da sala se separou porque agora uns escolheram o curso de publicidade. Mas a minha alegria é poder ir para sala de aula e a cada dia aprender um pouco mais. E rir e chorar com meus colegas, porque na vida não só existem as flores, mas também os espinhos....
Não importa qual seja seu sonho – vá à luta! Não importa o que vão falar desse seu ideal – enfrente! Nunca é tarde para começar...
Inspire-se na coragem daquele idoso que disse que sua maior alegria era poder ler as placas pela cidade, e enxergar o que antes ele não via.
Quem não sonha já morreu mesmo estando vivo...




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