Assim surgiu Latifa em nossas
vidas. Depois de termos perdido o nosso querido Pastor Alemão chamado Coiote,
já velhinho... E também, de ter surgido um cachorrinho que salvamos de ser
atropelado por um carro estacionado em frente de casa – detalhe – ele estava
deitado depois das rodas, num lugar que o motorista não ia ver, Maxwell; surge
Latifa, que ficou na praça de frente de casa por três dias, procurando um dono.
Ela aparentava já um ano de vida,
com traços de filhote ainda, bem brincalhona.
Uma mestiça de Pointer Inglês, branca com manchas pretas. Um dia meu
marido saiu, para ir à academia perto de casa, e ela o seguiu por quatro
quarteirões... Ele entrou e ela ficou na porta. Quando saiu não a viu e pensou
que ela tinha ido para outros lugares. Surpreso, viu que ela o estava esperando
em frente nossa casa. Antes de dormir coloquei um papelão e dei-lhe água e
ração, mas não a coloquei para dentro. A noite sonhei e uma voz dizia: O nome
dela é Latifa, cuide dela por favor. Impressionada com o sonho, coloquei Latifa
para dentro de casa onde até hoje está.
Ela estava com a saúde
debilitada, com infecção no intestino de comer lixo. Tratamos disso demos um
belo banho, vacinamos e vermifugamos. Ela era como um pincher (pintier) quando pulava, a
um metro do chão. Era esperta, aprendeu a abrir a porta da cozinha, que era
estilo maçaneta.
Mas um dia tudo mudou. Ela fugiu e foi atropelada numa avenida movimentada próxima de casa. Se não fosse o carinho dos vizinhos, não sei onde ela estaria. Minha jovem vizinha e a mãe deram-lhe água e a acalmaram, pois ela havia se arrastado pelo asfalto até a calçada. Uma desconhecida passou e a levou para a medicina veterinária. Quando cheguei do trabalho, dei por falta de sua festa corriqueira. Era hora do almoço. Onde estaria Latifa? Fui para rua procurando, quando minha sogra, que vinha pelo caminho da praça, me avisou "Latifa foi atropelada...". Alguém a levou para medicina veterinária... Corri para medicina e encontrei a moça na porta do hospital com Latifa dentro do carro. Meu coração doeu e minhas pernas amoleceram quando a vi naquele estado. Sem pensar passamos ela para meu carro, agradeci as duas, minha jovem vizinha e a moça desconhecida. A jovem se ofereceu para ir comigo à veterinária. E foi acalmando Latifa. Chegando lá a veterinária afirmou "Ela quebrou a coluna. É melhor a levarem para medicina veterinária, lá tirarão radiografia e a cirurgia terá que ser feita."
Mas um dia tudo mudou. Ela fugiu e foi atropelada numa avenida movimentada próxima de casa. Se não fosse o carinho dos vizinhos, não sei onde ela estaria. Minha jovem vizinha e a mãe deram-lhe água e a acalmaram, pois ela havia se arrastado pelo asfalto até a calçada. Uma desconhecida passou e a levou para a medicina veterinária. Quando cheguei do trabalho, dei por falta de sua festa corriqueira. Era hora do almoço. Onde estaria Latifa? Fui para rua procurando, quando minha sogra, que vinha pelo caminho da praça, me avisou "Latifa foi atropelada...". Alguém a levou para medicina veterinária... Corri para medicina e encontrei a moça na porta do hospital com Latifa dentro do carro. Meu coração doeu e minhas pernas amoleceram quando a vi naquele estado. Sem pensar passamos ela para meu carro, agradeci as duas, minha jovem vizinha e a moça desconhecida. A jovem se ofereceu para ir comigo à veterinária. E foi acalmando Latifa. Chegando lá a veterinária afirmou "Ela quebrou a coluna. É melhor a levarem para medicina veterinária, lá tirarão radiografia e a cirurgia terá que ser feita."
Levei a moça para casa dela e fui
para a medicina. Tiraram a chapa e era uma fratura na T-13. A médica
veterinária especialista em cirurgia de coluna canina me disse "Vou colocar a
coluna da Latifa no lugar, mas não garanto que ela vá voltar a andar... Você
não vai querer sacrificá-la, vai?" Eu respondi depressa "Não, não! Fico com ela
do jeito que ela recuperar."
Latifa usou gesso durante 40
dias... Foram momentos dolorosos para uma cachorra tão agitada como ela. Ela
sentia as coceiras normais de cachorro, e outras que o calor do gesso causava. Isso
deixava ela irritada e queria levantar. E a médica falou para não deixar. Senão
o osso não recuperava. Teve que tomar até calmante... Pobrezinha.
E começamos a colocar fraldas
nela. As benditas fraldas. Se não fossem elas o seu local não ficaria limpo.
Ela tirou o gesso e começou a
andar como uma foquinha, só com as patas dianteiras. Aos poucos Max voltou a
brincar com ela, pois ele no inicio estranhava o gesso. E ela não podia
brincar. Um dia tirando a fralda dela vi que ela reclamou de um pedacinho de
fita crepe que grudou no pelo da cintura.
Uma esperança dela estar sentindo alguma coisa.
Fui parar na mão de duas
especialistas maravilhosas, uma era acupunturista a outra fisioterapeuta.
Tratamos a Latifa por seis meses. A atrofia das patas traseiras não regrediam.
A esperança era ela ter o andar medular, mesmo sem o cérebro comandar. Mas por
fim, as médicas me disseram que ela não conseguiria andar. Tentei até uma
empresa para fazer botas ortopédicas, para colocar as patas traseiras no lugar,
mas a médica da empresa disse que as botas não seriam adequadas para o caso da
Latifa.
Desde então, me conformei com as
limitações dela. Ela tem uma cistite crônica, própria de deficientes físicos,
que tenho que sempre levar ao veterinário de tempos em tempos para fazer exames
e controlar. Ela usa fraldas, que depois de procurar muito e fazer vários
experimentos cheguei a uma marca que é muito cara. Ela precisa de pomada para
evitar assaduras, como crianças... E por não ter as patinhas traseiras
funcionando temos que coçá-la sempre que pede.
Ela é muito inteligente, quando
acostuma com as pessoas, ela me avisa com latido diferenciado que chegou alguém
conhecido, com apenas um “auf”. Já o carteiro, ela late compulsivamente, será
mal de todos carteiros essa reação negativa? (Risos)
Tenho tentando fazer a manutenção
da saúde de Latifa, e tem o outro cachorrinho também, o Maxwell, A diferença
deles está no tamanho e peso, Latifa uns 24 kilos e Maxwell apenas uns 7
kilos... É complicado, é como se fossem outros filhos. Quem tem cachorro não
pode considerar que são uma coisa para te alegrar o tempo todo. São seres vivos
e com sentimentos. Penso que cachorros, a maioria deles, são como anjos em
nossas vidas. Querem nos alegrar sim, mas precisam de carinho e cuidado. Precisam
ir ao veterinário, serem vacinados. E se ficarem doentes, não é para serem
abandonados à sorte. Precisam de medicamentos apropriados.
Tanta gente compra cachorros, e
quando viajam chegam a abandoná-los. Isso é uma grande covardia! Para esses ou
essas sujeitas que maltratam animais e os abandonam, aguardem... Tudo que
fazemos, seja para seres humanos, e animais, tudo volta para vocês como uma
grande onda de energia.
Eu agradeço pelas dificuldades
que minha filha de pelo malhado me traz diariamente. Não sei o dia de amanhã,
mas faço o meu melhor agora por ela. E quem resiste aos seus olhinhos de
gratidão?
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